“O carnaval foi instituído pela Igreja Católica como período para anteceder a quaresma para que as pessoas pudessem extravasar tudo que quisessem e depois entrar no recolhimento de 40 dias.Os jesuítas trouxeram essa cultura e introduziram entre as comunidades indígenas como parte da catequese, porque eles entendiam que era interessante trazer um pouco de música, um pouco daquela coisa mais lúdica”. Entre os séculos XVIII e XIX o carnaval passou a se tornar mais popular e tomar as ruas da capital baiana. Os festejos aconteciam geralmente na Rua Chile, no centro de Salvador. “Como tinham muitos escravos, eles trouxeram as danças deles, alguns elementos rituais que acabaram se incorporando ao carnaval de rua. Isso tudo se juntou com o que se chamava entrudo”. 📱 NOTÍCIAS: entre na comunidade do 2JN no WhatsApp
“Faz-se reproduzir, para maior conhecimento de todos os habitantes deste município, a postura que absolutamente proíbe o entrudo por ser prejudicial a saúde pública, perigoso aos que a ele se entregam e aos transeuntes”, diz trecho do decreto publicado naquela época.Foi exatamente neste período que o Carnaval começou a se originar de forma diferente, dividindo-se em duas classes: o Carnaval de Salão e o Carnaval de Rua. O Carnaval de Salão tinha a participação de brancos e mulatos de classe média; o Carnaval de Rua, contava com negros e mulatos pobres.
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Praça Castro Alves, Teatro São João e Rua Chile em Salvador da Bahia. |
Em 1860 o Teatro São João de Salvador da Bahia começou a realizar arrojados bailes de mascarados, na noite de sábado, iniciando as festas com músicas baseadas em trechos da ópera italiana “La Traviata”. Em seguida, eram tocadas valsas, polcas e quadrilhas. O Teatro São João, em Salvador (BA), estava situado na Praça Castro Alves, final da Av. Sete e início da Rua Chile. Foi construído em 1806, no governo de João Saldanha da Gama Melo Torres, segundo planta instituida pelo Marques de Pombal e durante mais de cem anos foi o principal palco da cidade, com capacidade para 800 poltronas. Em 1913 foi totalmente destruído por um incêndio. O evento contava com a participação das pessoas de bom nível social, que trocavam os bailes realizados em suas casas pelo do teatro. Na época, havia o perigo do homem formado e do negociante serem vistos mascarados. Em razão disso, casas de fantasias e cabeleireiros, como os famosos “Pinelli” e “Balalaia” mantinham especialistas em disfarces. Como os bailes carnavalescos não estavam ao alcance de todos, nem de acordo com a moral de muitos, era necessário estimular a sua ida para a rua. Por isso, os sub-delegados foram autorizados a distribuir gratuitamente máscaras a quem quisesse brincar o Carnaval. Várias comissões passaram a ser nomeadas pelo chefe de polícia e a comissão central, juntamente com outras comissões paroquianas que distribuíam máscaras, facilitavam a aquisição de outros adereços, bem como a providência de banda de música. Os comerciantes logo aderiram à idéia de olho no melhor faturamento, e começaram a adotar o Carnaval em substituição ao Entrudo. Em 1870 os mascarados avulsos, estimulados pela polícia, e os bailes públicos começaram a ganhar terreno, embora o Entrudo ainda se mantivesse vivo. O ambiente para a realização do Carnaval passou a ficar melhor com o surgimento do “Bando Anunciador”, que saía às ruas convidando todos para os festejos. Nos clubes e teatros, foram surgindo competições entre os grupos e famílias que ostentavam roupas e jóias para mostrar quais associações e entidades eram mais elegantes e grã-finas. O pioneiro Teatro São João passou a organizar seus bailes com um ano de antecedência. Em 1878, o grupo de Carnaval de rua, “Os Cavaleiros da Noite”, aparecia pela primeira vez num salão em grande forma, no Teatro São João, causando um verdadeiro “ti, ti, ti”. Dois anos depois – com um número maior de bailes por toda a cidade -, Salvador contava com 120 mil habitantes, que concentravam recursos financeiros e grande poder político. Havia, portanto, dinheiro, poder e fartura, e todo esse esplendor passou, então, a ser retratado nos salões e bailes de Carnaval. Só para se ter uma idéia, as roupas, adereços, enfeites, chapéus, bebidas, jóias, sapatos e meias usadas nas festas eram importadas das melhores casas de Paris e Londres. Cinco anos antes da Proclamação da República, a cidade, habitada por cerca de 170 mil pessoas, organizou o seu primeiro grande Carnaval de rua. O carnaval era uma festa com grande influência européia, como quase tudo o que existia no Brasil naquela época, com luxo, requinte e comentários elogiosos. Fortemente influenciado pelo requintado Carnaval de Veneza, na Itália, e mesclando a presença de tipos do popular Carnaval de Nice, na França, o Carnaval de Salvador deu o primeiro passo rumo à popularização com a participação de muita gente nas ruas. Ao mesmo tempo, palanques e bandas de música proliferavam na cidade. Surgiam também vários clubes uniformizados, como “Zé Pereira”, “Os Comilões” e “Os Engenheiros”, fantasiados com “Cabeçorras” e outras máscaras. Como as comemorações cresciam, convencionou-se que o Campo Grande seria o lugar para os mascarados se reunirem nos dias de Carnaval e, de lá, saírem em bandos. Em 1882, o comércio iniciou o costume de fechar as portas na terça-feira de Carnaval, a partir das 13 horas. O Carnaval de máscaras e o desfile dos clubes, ficavam então, mais animados depois das 14 horas. O primeiro baile de Carnaval do Rio foi em 1840 com os participantes dançando polca e valsa, e o samba foi introduzido em 1917. Cronologia do Carnaval de Salvador da Bahia O Grande Carnaval de 1884 O ano de 1884 é considerado como o marco decisivo para o Carnaval da Bahia. Embora a festa já possuísse considerável porte – principalmente nos salões – é nesse ano que teve início a organização dos festejos de ruas e os desfiles de clubes, corsos, carros alegóricos e de vários populares. A partir daí ocorre a intensificação da participação do povo e aclamação do Carnaval de rua, que até hoje caracteriza esta festa na Bahia. O Carnaval de 1884 pegou Salvador num período de crescimento rápido, provocado pelo progresso da agricultura em outras regiões e pelas exigências de um melhor ordenamento do espaço urbano com o êxodo rural. Respirava-se progresso e os comerciantes já utilizavam a publicidade nos jornais durante a festa. Tanto as pessoas que se fantasiavam como as que esperavam o cortejo vestiam-se a rigor, algumas em ternos de linho, polainas e chapéus. Fundado em 1º de março de 1833, o Clube Carnavalesco Cruz Vermelha só veio a participar do Carnaval em 1884. O clube organizou um cortejo com rapazes e moças ricamente trajados e a novidade foi a presença de um carro alegórico, com o tema “Crítica ao Jogo de Loteria”, ricamente decorado com peças importadas da Europa. O cortejo saiu de uma das ruas do Comércio, subiu a Montanha, passou em frente à Barroquinha, rua Direita do Palácio (rua Chile), Direita da Misericórdia, Direita do Colégio e retornou rumo ao Politeama de Baixo (Instituto Feminino). A iniciativa foi um verdadeiro sucesso e ganhou milhares de aplausos e pétalas de flores dos populares que se encontravam nas ruas. O Cruz Vermelha mudou basicamente o Carnaval. Em março de 1884, um grupo de jovens fundou o Clube Carnavalesco Fantoches da Euterpe. O grupo era encabeçado por quatro figuras da alta sociedade: Antônio Carlos Magalhães Costa (bisavô de ACM), João Vaz Agostinho, Francisco Saraiva e Luís Tarquínio. (seu primeiro presidente) . Em 1885, a disputa entre os dois clubes foi ainda maior. O Diário de Notícias, o jornal mais influente da época, publicou um anúncio de um quarto de página, a pedido do Cruz Vermelha, descrevendo a sua passeata. O Fantoches reagiu publicando o seu programa de festas em três colunas. Ambos foram às ruas com temas maravilhosos e indumentárias vindas da Europa. O carro-chefe do Cruz Vermelha apresentava “A Fama” e o Fantoches, “A Europa”. Desfilaram também outros clubes, como “Saca Rolhas”, “Cavalheiros de Malta”, “Clube dos Cacetes” e “Grupo dos Nenês”. Na época, não havia uma comissão julgadora para estabelecer quem vencia os desfiles e o julgamento era determinado pela imprensa, que media a aprovação da população através dos aplausos. O Cruz Vermelha, mais popular, sempre vencia, pois o Fantoches, mais ligado à aristocracia, tinha uma torcida bem menor. Todas as outras entidades representavam a classe média. Em 1886, os negociantes resolvem não mais abrir o comércio na terça-feira de Carnaval. Os presidentes dos grandes clubes reuniram-se na Associação Comercial com o objetivo de estudar um itinerário único para todos os préstitos. Dois anos depois, a cidade teve um dos carnavais mais famosos. O Cruz Vermelha e o Fantoches, deram em conjunto um grandioso baile no Politeama. Chegou, enfim, o dia do grande domingo de Carnaval. E havia muita gente pelas ruas; nas janelas, o que mais imperava na cidade era a ansiedade. O primeiro préstito a surgir foi o Cruz Vermelha com coordenação, esplendor e luxo. A multidão vibrava atirando flores sobre os carros. O segundo a desfilar foi o préstito do Fantoches, com a sua magnífica decoração dos carros alegóricos, a graça, o luxo e o gosto artístico, que justificavam o delírio de todos. Resultado: Fantoches e Cruz Vermelha desfilando sobre chuvas de rosas. O Carnaval já era uma verdadeira atração, uma realidade conseguida com muita luta e anos de esperança e já se podia afirmar que o vencera definitivamente o Entrudo. Em 1892 é introduzido no Carnaval do país, o uso de confetes e serpentinas. Os confetes eram usados em retalhadas entre algumas entidades carnavalescas da época; as serpentinas vieram para substituir as flores atiradas aos carros alegóricos. Em 1894, o Carnaval era eminentemente da elite dos clubes Cruz Vermelha, Fantoches e outros, que desfilavam pelas ruas e freqüentavam os bailes dos Teatros São João e Politeama. A população pobre continuava a fazer apenas algumas manifestações. Primeiro Afoxé
- 1985 FRICOTE Luiz Caldas
- 1986 EU SOU NEGÃO Gerônimo
- 1987 FARAÓ, DIVINDADE DO EGITO Olodum
- 1988 PROTESTO DO OLODUM Versão da Bandamel
- 1989 BEIJO NA BOCA Banda Beijo
- 1990 REVOLTA OLODUM Olodum
- 1991 PREFIXO DE VERÃO Bandamel
- 1992 BAIANIDADE NAGÔ Bandamel
- 1993 DOCE OBSESSÃO Cheiro de Amor
- 1994 REQUEBRA Olodum
- 1995 AVISA LÁ Olodum
- 1996 ARAKETU BOM DEMAIS Araketu
- 1997 RAPUNZEL Daniela Mercury
- 1998 A LATINHA Timbalada
- 1999 JULIANA Pierre Onasis
- 2000 CABELO RASPADINHO Chiclete com Banana
- 2001 BATE-LATA Banda Beijo
- 2002 FESTA / DIGA QUE VALEU Ivete Sangalo / Chiclete com Banana
- 2003 DANDALUNDA Margareth Menezes
- 2004 MAIMBÊ DANDÁ Daniela Mercury
- 2005 CORAÇÃO Rapazolla
- 2006 CAFÉ COM PÃO Vixe Mainha
- 2007 QUEBRAÊ Asa de Águia
- 2008 TODA BOA Psirico
por Redação Bahia WS
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